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Campanha Eleitoral Técnica

Nestor Fernandes Fidelis

Já estamos nos decisivos dias das definições quanto aos candidatos aos cargos eletivos municipais. É o momento dos diálogos, tratativas, desgostos, possíveis coligações... Logo mais teremos as convenções, pedidos de registros de candidaturas, impugnações, recursos, propaganda, representações, investigações, votação, apuração e processos judiciais que perdurarão por muitos anos.

Por óbvio, a maioria das pessoas que se apresentam como candidatos para o pleito de outubro ganhará apenas aprendizado, pois as vagas são escassas e o amadorismo ainda graça nas campanhas eleitorais.

De nada adianta ter boas intenções, ótimos projetos, excelentes parcerias político-partidárias sem que o candidato possa levar tudo isso ao conhecimento dos eleitores, mas, sobretudo, sem a devida orientação técnica que arrime seu intento, haja vista os fatos de nossa recente história. Os últimos quatro anos deveriam ter sido de significativas lições no que tange à necessidade de profissionalismo das campanhas eleitorais, uma vez que muitas delas foram definidas no Judiciário. Por esta razão, não há como se pensar numa campanha séria sem uma equipe de assessoria jurídica especializada e com experiência técnica suficiente para deslindar casos com rapidez, dedicação, que passe noites sem dormir para fazer seu labor dentro dos prazos judiciais que são contados em horas e minutos.

O papel da assessoria jurídica em uma campanha eleitoral, entretanto, não deve ser apenas o de “dar seus pulos”, como gostam de determinar alguns candidatos, uma vez que se o próprio candidato e os demais setores da equipe (comunicação social, administradores, comitê, conselho político, profissionais contábeis, voluntários, etc.) não seguirem as orientações jurídicas, tudo o que foi construído ao longo de anos pode ser derrubado em poucos instantes. Aliás, não é por outro motivo que dizemos que o maior adversário é o que se encontra próximo e que, não raro “marca gol contra”.

Não cabe mais nos dias atuais a contratação de pessoal para campanha que trabalhará à custa de promessa de vir a ocupar um cargo político, caso o candidato apoiado vença. Isso, realmente, denota que o candidato está totalmente desatualizado com a necessidade premente de que a Administração Pública venha a se tornar mais gerencial, eficiente e tecnicamente capaz, buscando exemplos na administração empresarial.

Em verdade, temos visto alcançarem êxito os que menos cometem erros, sobretudo em se tratando de prefeitos candidatos à reeleição, mas também aos novos interessados em se tornarem representantes do povo ou administradores. Como não existem milagres em se tratando do assunto em tela, é imprescindível zelar e trabalhar muito, como a Seleção de 1994 ou o Corinthians de 2011, que não davam espetáculo, mas foram eficazes. Destarte, podemos compreender o treinador de futebol Tite quando dizia que o sucesso era fruto de “treinabilidade”, ou seja, de profissionalismo.

É possível realizar uma campanha em busca do voto sério e consciente, não apenas maquiando o candidato, mas, sobretudo, preparando-o tanto para a campanha, como também para os desafios de atuar como agente político, considerando ser plenamente factível não se ocupar com a construção de um novo começo, mas envidar esforços para se edificar um novo fim a partir das ações acertadas no presente, tendo em vista que os eleitores querem poder ter esperanças, porém, para tanto, é profissionalismo é preciso.


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